Inicio da Propaganda brasileira

O nascimento da propaganda brasileira se deu em17 de setembro de 1.808, com esse anúncio na Gazeta do Rio de Janeiro. Certamente a dona Ana Joaquina nada pagou pelo seu anúncio, nos primórdios da Gazeta os anúncios eram gratuitos, ainda que privilégio concedido somente aos assinantes. O que também chama a atenção neste anúncio é a tipologia em caixa alta utilizada pelo impressor para valorizar a oferta com o título de “Annuncio” diferente dos títulos informativos das demais seções do jornal sem o mesmo destaque. Incrível perceber também que passados 200 anos os anúncios em jornais não mudaram muita coisa em se tratando da disposição do texto e tipologia utilizada. Por que será?
Agora uma outra questão: Quem era Ana Joaquina? Ninguém sabe. Alguns arriscam a dizer que as casas não eram dela e o seu papel era o de fornecer informação aos interessados. A quem se interessar.. vale a pena tentar identificar o personagem no livro de batizados e no de óbitos relativo a Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Quanto a seu “procurador”, o capitão Francisco Pereira de Mesquita ( talvez o dono) sabe-se que era homem muito rico, negociante registrado na Junta do Comércio, provavelmente aparentado de Ana Josefa Pereira de Mesquita (a mãe de Hipólito da Costa) e com certeza absoluta tio do Marquez de Bonfim, uma das maiores fortunas do país; este, já idoso foi um dos financistas da Guerra do Paraguai. Na primeira parte do anúncio o editor informa que o preço das assinaturas dobra, pois daquela edição em diante o jornal seria publicado às quartas e aos sábados, ou seja, sete dias após o lançamento da Gazeta do Rio de Janeiro como jornal semanal ele passou a ser bi-semanal. Prova da falta de planejamento e previsão de que os anúncios oficiais e de correspondência teriam maior demanda. Logo depois, a senhora Ana Joaquina oferece a venda de um conjunto de casas, provavelmente de parede geminada, em frente à Santa Rita - nome genérico com que se denominava naquele tempo a área em volta da igreja.